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Sete casos brasileiros de violência política de gênero


A violência política de gênero atinge todas as mulheres. Este comportamento é caracterizado como “qualquer ação, conduta ou omissão realizada diretamente ou através de terceiros e que, com base no gênero, cause danos ou sofrimento a uma ou mais mulheres, e que tenha por objetivo ou como resultado o prejuízo ou a anulação do reconhecimento, gozo ou exercício de seus direitos políticos [...]”, segundo a Ley Modelo Interamericana para Prevenir, Sancionar y Erradicar la Violencia contra las Mujeres en la Vida Política.


As violências contra as mulheres no ambiente da política são apresentadas de várias formas: física, sexual, psicológica, moral, patrimonial e simbólica. Todas elas embasadas na ideia de que o espaço público, que a política não é lugar para elas. Para dar um basta nessa realidade, é necessário que mais mulheres de luta ocupem a política e que fortaleçam a luta por direitos, por uma nova cultura política e pela mudança do mundo.


Confira 7 casos nacionais que escancaram a violência política de gênero:


1 - Marielle Franco (Psol)


A vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco, mulher negra, bissexual e defensora dos direitos humanos e que atuava no combate as milícias do RJ, foi executada junto ao motorista Anderson Gomes ao sair de um evento que debatia a importância de jovens negras buscarem espaços de protagonismo na sociedade. Até hoje a polícia não conseguiu responder quem mandou matar Marielle.


2 - Isolda Dantas (PT)

Em 2021, a deputada estadual do RN, Isolda Dantas, ouviu de um deputado que ela “ficava excitada com sua voz”. No mesmo ano, durante a comissão de Constituição e Justiça, outro deputado ao ser questionado por Isolda por apresentar falas machistas, chamou-a de vitimista. Ao impor-se e dizer que ele teria que engolir a presença dela na Assembleia, o deputado disse “Não engulo, não. Não como nada estragado, não”.


3 - Dilma Rousseff (PT)

O dia 31 de agosto de 2016 entrou para história do Brasil como a data em que a primeira Mulher eleita presidente da república, Dilma, sofre um impeachment por meio de um golpe político que a tira da Presidência. Ao declarar seu voto, o então deputado Jair Bolsonaro celebrou a memória de Carlos Brilhante Ustra, torturador de Dilma durante a ditadura militar.


4 - Benny Briolly (Psol)

Desde quando eleita em 2020, a travesti Benny Briolly, vereadora de Niterói, vem sofrendo perseguição de pessoas que pedem que ela renuncie ao cargo. Em 2021, a gravidade das ameaças fez Benny ter que sair do país por um período. De janeiro a março de 2022, já foram recebidas pela parlamentar seis ameaças de morte e ataques racistas.


5 - Manuela d’Ávila (PCdoB)

Uma das mulheres que se destaca na política nacional é Manuela d’Ávila. Ex-candidata a vice-presidenta da república, teve seu nome durante o processo eleitoral por diversas vezes como alvo de fake news. Em seu Twitter, ela desabafou sobre quando recebeu uma ameaça de estrupo contra sua filha de 6 anos, Laura: “[...] é nova ameaça de morte para mim”


6 - Natalia Bonavides (PT)

Ao noticiar uma ação da deputada federal Natalia Bonavides, o apresentador de TV Carlos Massa, o Ratinho, sugeriu eliminar a parlamentar com uma metralhadora. Além disso, aos risos do seu elenco de humoristas, Ratinho mandou Natalia lavar as cuecas do marido ao invés de apresentar a Lei em questão, que pede alteração de termos no casamento civil para formas mais inclusivas.



7 - Fátima Bezerra (PT)

Eleita única governadora de um Estado do Brasil em 2018, Fátima sofre, reiteradas vezes, violência sobre características de gênero e de sexualidade. No episódio onde o governador Eduardo Leite foi a TV falar sobre a sua sexualidade, Fátima teve sua vida pessoal nos trending topics do Twitter. Além disso, seus opositores políticos tentam lhe deslegitimar com comentários sobre sua forma de falar e de se vestir.


Este texto está disponível também no formato de publicação no Instagram, que pode ser acessada aqui: https://www.instagram.com/p/CcjLqoqLLZT/

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